segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A Paraíba no Intercom

Dia 4 - Quinta-feira,42 Intercom 2008 Mídia, Ecologia e Sociedade.

Local: Natal - Rio Grande do Norte - Brasil

14h30-17h

Mesas redonda 3 - As ciências da comunicação na Paraíba

Moderador: Osvaldo Trigueiro

Local: Campus da FATERN-Gama Filho - Sala 11

Comunicação: ensino e merc19h - 22h


Intercom 2008 Mídia, Ecologia e Sociedade

19h - 22h

BELTRÃO 2008

Solenidade de Entrega de Troféus aos Vencedores do Prêmio Luiz Beltrão de Ciências da Comunicação

Local: Salão Jacarandá I - Centro de Convenções do Hotel Praiamar

Coordenadora Nacional: Maria Cristina Gobbi (UMESP)

Coordenador Local: Newton Avelino (UFRN)

Apoio: Globo Universidade

Grupo Inovador

GRUPEJ – Universidade Federal da Paraíba

Representado pelo seu coordenador Prof. Dr. Wellington Pereira

Instituição Paradigmática

Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Representada pelo seu presidente Dr. Hubert Alqueres

Lideranças Emergentes

Cosette Castro (Unesp – Bauru/SP) e Ivone Lourdes de Oliveira (PUC Minas)

Maturidade Acadêmica

Marialva Barbosa (UFF)

Cláudio Cardoso de Paiva – Participação nos seguintes eventos:

BRASIL- PORTUGAL - I Colóquio Bi-nacional de Ciências da Comunicação - Buscas e tendências da pesquisa lusófona em comunicação - Coordenador: Antonio Fidalgo (UBI), Coordenador: Eduardo Barreto Vianna Meditsch (UFSC), Coordenador: Adriano de Vasconcelos Martins Vaz (FJA)
Dia 3/9 das 14h00 às 17h00 - Auditório da Reitoria/Campus UFRN
Um Paradigma Ibero-Americano de Comunicação Científica Digital. Um estudo da BOCC - Biblioteca on line de Ciências da Comunicação Claudio Paiva (UFPB) [1º expositor na ordem de apresentação]

III ALTERCOM - Jornada de Inovações Midiáticas e Alternativas Comunicacionais

Local: Campus da FATERN/Gama Filho - Coordenadores: Adolpho Queiroz (UMESP) e Cristina Pavarini (FATERN) –

04/09 (quinta); 14/17h - Mesa Redonda- As ciências da comunicação na Paraíba- Moderador: Osvaldo Trigueiro; Expositores: Comunicação: ensino e mercado Lúcio Sérgio Vilar (UFPB); Teorias da Comunicação ; Wellington Pereira (UFPB); Cibercultura e Tecnologias da Comunicação; Cláudio Paiva (UFPB)

Sessão de apresentação de trabalho - Núcleo de Pesquisa: Ficção Seriada

Sessão 4: Reproduções/Renovaçõ es na Ficção Televisiva
Coordenador: Maria Immacolata Vassallo de Lopes (ECA-USP),

Projeções da Geração 68 na minissérie Queridos Amigos - Claudio Cardoso de Paiva (UFPB), Expositor Dia 6/9 das 14h00 às 17h00

Mesa Redonda - Fazeres Jornalísticos em TV: Rotinas e novas possibilidades
Coordenador: Iluska Maria da Silva Coutinho (UFJF)
Dia 6/9 das 09h00 às 12h00 -
NP – Jornalismo: O Sublime e o Trágico no Telejornal: O Caso dos Jogos Pan-Americanos 2007 e do Acidente da TAM no Contexto do Jornal Nacional

Ana Regina Teixeira da Silva(UFPB), Cláudio Cardoso de Paiva (orientador)

INJ_04_04 - Sessão de apresentação de trabalho
Cibercultura e tecnologias da comunicação - Coordenador: Patricia gallo (UNP), Coordenador: SHEILA MENDES ACCIOLY (UFRN) Dia 4/9 das 14h00 às 17h00 - Campus da UFRN

INJ_04_04 - Sessão de apresentação de trabalho
Cibercultura e tecnologias da comunicação
Coordenador: patricia gallo (UNP), Coordenador: SHEILA MENDES ACCIOLY (UFRN)
Dia 4/9 das 14h00 às 17h00 - Campus da UFRN

A Nova (Des)Ordem da Cibercultura Normas de Uso, Restrição e Censura no YouTube
Paulo Henrique Souto Maior Serrano(UFPB) , Claudio Cardoso de Paiva (orientador)

4 de setembro - Lançamento de publicações
PUBLICOM - MEDIAÇÕES E INTERFACES COMUNICACIONAIS
Expositor: Maria Lúcia Santaella Braga (PUCSP), Expositor: CRISTIANO HENRIQUE RIBEIRO DOS SANTOS (UFRJ), Expositor: Mônica Pegurer Caprino (USCS), Expositor: Roseli Aparecida Fígaro Paulino (ECA-USP), Expositor: Carla Reis Longhi (UNIP), Expositor: Maria Cristina Castilho Costa (ECA/USP), Expositor: Ada Cristina Machado Silveira (UFSM), Expositor: Valério Cruz Brittos (Unisinos), Expositor: Acir Dias da Silva (UNIOESTES), Expositor: Claudio Cardoso de Paiva (UFPB)
Dia 4/9 das 14h00 às 17h00
- Lançamento de publicações - PUBLICOM - MEDIAÇÕES E INTERFACES COMUNICACIONAIS Expositor: Iluska Maria da Silva Coutinho (UFJF), Expositor: Adriana Bravin (Faesa), Expositor: Bruno Fuser (UFJF), Expositor: José Guibson Delgado Dantas (UMA), Expositor: Octavio Penna Pieranti (EBAPE/FGV) - Dia 4/9 das 14h00 às 17h00 - Mídias e Culturalidades. Análise de produtos, fazeres e interações - Claudio Cardoso de Paiva (UFPB); Virginia Sá Barreto (UFPB); Emília B. Barreto (UFPB).

CONFIRA TODA A PROGRAMAÇÃO DO INTERCOM ATRAVÉS DO LINK:

http://www.intercom.org.br/livroprograma.pdf


domingo, 13 de julho de 2008

GRUPECJ tem projeto aprovado pelo PIBIC/CNPq

O projeto de pesquisa sobre o Corpo no Jornalismo Impresso, nova pesquisa do grupo, acaba de ser aprovado no Programa de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). Os bolsistas do projeto são os estudantes Tacineide Mesquita e Icáro Allande Albuquerque da Silva.

O CNPq oferece várias modalidades de bolsas aos alunos do ensino médio, graduação, pós-graduação, recém-doutores e pesquisadores já experientes. As bolsas são divididas em duas categorias principais: bolsas individuais no país e no exterior, e bolsas por quota.

Já o PIBIC consiste em um Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica que tem como objetivo despertar vocação científica e incentivar novos talentos potenciais entre estudantes de graduação, contribuir para reduzir o tempo médio de titulação de mestres e doutores, propiciar à instituição um instrumento de formulação de política de iniciação à pesquisa para alunos de graduação, estimular uma maior articulação entre a graduação e pós-graduação, estimular pesquisadores produtivos a envolverem alunos de graduação nas atividades científica, tecnológica e artística-cultural.

Além de proporcionar ao bolsista, orientado por pesquisador qualificado, a aprendizagem de técnicas e métodos de pesquisa, bem como estimular o desenvolvimento do pensar cientificamente e da criatividade, decorrentes das condições criadas pelo confronto direto com os problemas de pesquisa. Confira os selecionados através do link: http://www.prpg.ufpb.br/prpg/admin/arq/37/PIBIC_PIBITI_PROCESSO_SELETIVO_2008_2009_RESULTADO_FINAL.pdf

terça-feira, 1 de julho de 2008

Nova pesquisa do Grupecj - O Corpo e a anatomia impressa

O corpo e a anatomia impressa.
(apresentação do corpo humano nos jornais de João Pessoa - PB)

Orientador: Prof. Dr. Wellington Pereira.

Introdução:

Este projeto de pesquisa tem como objetivo estudar a apresentação dos corpos humanos no jornalismo impresso. Nesse sentido, buscamos trazer referências aos leitores para que eles possam entender como o corpo humano sofre transformações estético-lingüísticas quando é utilizado para ratificar as categorias e os gêneros jornalísticos.

Ao discutir a construção social do corpo, através das diversas pistas interdisciplinares, precisamos entender como a mídia, especificamente o jornal impresso, reconstrói a apresentação dos corpos humanos em função da apreensão factual e da “anatomia” da linguagem dos jornais.
Em nossa proposta de estudos, vamos procurar demonstrar quais são os “enquadramentos” editorias que submetem o corpo humano ao processo informativo, e em que momento os corpos perde ou ganha mobilidades capazes de demonstrar a autonomia “corporal” dos personagens das notícias ou reportagens impressas em relação às regras discursivas do campo jornalístico.

Portanto, a pesquisa tem o compromisso de estabelecer pistas epistemológicas para se entender como o corpo humano aparece nos principais jornais de João Pessoa: O Norte, Correio da Paraíba.

Justificativa:


Estudar a apresentação dos corpos nos jornais impressos é de suma importância, pois se trata de uma leitura interdisciplinar sobre as formas de construções das realidades linguageiras no campo da mídia.

Os mais diversos estudos sobre o corpo têm demonstrado as transformações corpóreas que aponta para a investigação da sexualidade, da política, e da religiosidade. Todos esses campos apontam para os constrangimentos sofridos pelo corpo, a partir das determinações sócio-culturais de como se vestir, se alimentar, fazer sexo e vender produtos utilizando corpos.

A importância do nosso estudo enfatiza uma questão pouco discutida nos estudos do jornalismo impresso: a utilização do corpo humano como signo referencial e ilustrativo da informação jornalística. Ou seja, demonstrar qual o papel do corpo na “legitimação” das informações impressas.

Construção do Objeto:

O nosso objeto de estudo é a apresentação do corpo humano como elemento das narrativas jornalísticas. A problematização se efetiva com as possibilidades de anulação dos movimentos corporais, a partir do enquadramento editorial de imagens, pela utilização da linguagem verbal como “ferramenta” descritiva dos corpos que aparecem nas fotos dos textos informativos.

As investigações sobre este “corpo no jornalismo impresso” devem obedecer a três níveis de análise: 1) corpo-aparência; 2) corpo-movimento; corpo-fático.

O corpo-aparência é o que representa as relações presenciais do próprio evento. Ele serve como ilustração dos eventos. Mas pode, no caso das cerimônias oficiais, o corpo mutilado pelo discurso verbal como as legendas: períodos escritos para reduzir a polissemia das imagens no jornalismo impresso.

Podemos afirmar que o corpo-aparência na edição dos jornais é teleológico, pois relaciona os fatos às causas finais, procurando legitimar argumentos. Em relação ao corpo-movimento, os problemas a serem verificados, do ponto de vista analítico, são mais agudos. Porque corpos em movimento que dizer ação. E isso significa demonstrar como os corpos humanos pontuam as relações causais que determinam gestos, palavras e jogos simbólicos.

Ao estudar a representação do corpo-movimento no jornalismo impresso, vamos procurar entender como este pode ser entendido como “sujeito semiótico”- aquele que coloca em circulação as varia expressões - das mobilidades sociais.

O corpo-movimento é aquele que revela as imbricações estéticas das manifestações públicas, materializadas nos rituais de protestos, nas festas populares, nos exercícios lúdicos da vida cotidiana.

Como terceiro problema de nossa análise, surge o reconhecimento do corpo-fático – ligado à função fática da linguagem – que serve como canal para a transmissão de informação, mas antes se apresenta como eficaz meio para a venda de bens duráveis de consumo, planos de saúde, apartamentos, lazer e eficiência profissional.
Objetivos:

Objetivo Geral:
- O principal objetivo de nossa pesquisa é estudar como os corpos humanos aparecem nas narrativas do jornalismo impresso.

Objetivos específicos:
- Verificar a relação entre a apresentação dos corpos humanos e o aspecto referencial da linguagem do jornalismo informativo.
- Identificar como as técnicas do fotojornalismo criam novas dimensões corpóreas para os personagens das notícias e reportagens.
- Analisar qual o modelo de corpo predominante no processo enunciativo do jornalismo impresso.

Metodologia:

Do ponto de vista metodológico, vamos dividir os métodos em dois níveis: 1) métodos de abordagem; 2) métodos de procedimento. Quanto à abordagem, adotaremos uma postura indutiva, de forma a verificar a complexidade entre os conceitos e a suas projeções internas e externas com relação à imagem do corpo apresentado no jornalismo impresso. Isso quer dizer: não haverá uma preocupação ajustar o estudo do objeto e uma conclusão antecipada.

A indução vai nos ajudar a formas como o objeto de estudo se relaciona, no universo da linguagem jornalística, com as várias estratégias narrativas empregadas para constituir de conceitos. Em relação aos métodos de abordagem, a nossa “ferramenta” será a análise de discurso, considerando que o jornal é um sujeito semiótico que fala ao mundo externo a partir de formas discursivas verbais e não-verbais.

As formas de imbricações dos discursos para apresentar o corpo, no jornalismo impresso, nascem das diversas imbricações de linguagens. Nesse sentido, a análise do discurso é o método de abordagem que pode fazer o nosso objeto de estudo compreensível.

Bibliografia:

CERTEAU, Michel de – A invenção do cotidiano – artes de fazer. Petrópolis(RJ): Vozes, 1994.
DAYRELL PORTO, Sérgio (org.) – Jornal –da forma ao sentido. Brasília: Paralelo 15, 1997.
DEMO, Pedro – Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.
GOMES, Mayra Rodrigues – Jornalismo e ciências da linguagem. São Paulo: Edusp, 2000.
GREINER, Christine – O corpo – pistas para estudos indisciplinares – São Paulo: Annablume, 2005.
LE BRETON, David – Adeus ao corpo. In: Novaes, Adauto(org.) O homem máquina: a ciência manipula o corpo. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
MOREL et alii, Marcos – Palavra, imagem e poder – o surgimento da imprensa no Brasil do século XIX. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
PAIS, José Machado – Vida cotidiana – enigmas e revelações. São Paulo: Cortez, 2003.
REBELO, José – O discurso do jornal. Lisboa: Notícias, 2000.
SANTAELLA, Lucia – Comunicação e pesquisa. São Paulo: Hacker, 2001.
SANTAELLA, Lucia – Cultura e artes do pós-humano – da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2003.
SILVERSTONE, Roger – Por que estudar a mídia? São Paulo: Loyola, 2002.
WOLF, Mauro – Teorias das comunicações de massa. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

O Princípe Lê Jornais


O cotidiano e o poder no jornalismo impresso foram os temas centrais abordados no primeiro volume do livro “O Príncipe Lê Jornais” (Ed. Marcas de Fantasia, Série Veredas. 100 p. 2008. R$14,00) a nova publicação do Grupo de Pesquisa sobre o Cotidiano e o Jornalismo da Universidade Federal da Paraíba (Grupecj/UFPB) que será lançado oficialmente nesta sexta-feira (25), a partir das 19h30, no Casarão Philipéia, localizado no centro histórico de João Pessoa. A apresentação do livro será feita pelo professor de literatura e jornalismo Hildeberto Barbosa Filho. Logo após a cantora Geanne Lima e o violonista Fabiano Silva, profissionais recém-chegados ao grupo mostram seu talento para música.

Na mesma ocasião a jornalista de mestranda em sociologia Viviane Marques Guedes estará lançando o livro “O visível silêncio e a política Fosca” (Editora Elógica Press, Olinda, 159 p.). Os lançamentos marcam as comemorações de seis anos do Grupecj.

O Príncipe Lê Jornais foi organizado pelo professor Doutor Wellington Pereira e conta com ensaios de autoria de Jorge Fernando Hermida, Adriana Crisanto Monteiro, Viviane Marques, Ana Carolina Porto, Daniel Abath, Hildeberto Barbosa Filho e do próprio organizador. Para compor os textos que hora se faz presente nesta edição os pesquisadores, orientados pelo coordenador do grupo Wellington Pereira, selecionaram jornais e a partir destes passaram a analisar e fazer reflexões com base nos teóricos que falam sobre a questão do poder.

O resultado é impressionante. Os textos não são foram produzidos apenas na tentativa de realizar uma melhor apreensão sobre o poder e a comunicação, mas um entendimento profundo do que ocorre na prática jornalística.

O ensaio de abertura é de autoria do professor Doutor Jorge Fernando Hermida. Nele o autor faz um passeio pelas obras de vários escritores que falam sobre o poder, a exemplo de Maquiavel, Marx, Bobbio, István Meszaros, Habermans entre outros.
O estudante e bolsista do projeto do Grupecj, Daniel Abath, no seu ensaio “A vontade de potência nos sujeitos semióticos” observa que o acesso no discurso de certas fontes e a forma como os jornais diários se apropriam das falas e dos atores sociais. “O discurso cria uma forma cotidiana de abordagem das notícias, que se preocupa muito mais em legitimar o discurso do poder do que retratar as reais injunções cotidianas da sociedade civil”, comentou Abath.

A ensaísta Viviane Marques no seu texto “A institucionalização do poder simbólico” diz que a presença do poder está presente mesmo nas simples conversas entre interlocutores, mesmo que não seja na medida persuasiva.Com receio de negligenciar a pluralidade de poderes existentes no jornalismo, a ensaísta Ana Carolina Porto, no texto “O jornalismo e seus poderes”, buscou no teórico Neveu subsídios que dessem conta da amplitude que é o poder no jornalismo paraibano. A autora não apenas enquadra um objeto na teoria, mas constrói ao longo texto conceitos sobre o poder, um verdadeiro exercício produtivo e criativo.

A jornalista Adriana Crisanto Monteiro no texto “Fragmentos sobre o poder e jornalismo” chama atenção para questões ideológicas que envolvem o poder no cotidiano dos meios impressos e traz um pouco de sua prática jornalística para dentro de suas análises, provando que a prática e a teoria podem caminhar juntas e mostrando ainda que os modos de exercer o poder no jornalismo são múltiplos, indo da persuasão até a coersão.

Em depoimento final o professor de ética e de direito à informação, Hilbeberto Barbosa Filho, comenta sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido com muito ardor e paixão pelo Grupecj e finaliza dizendo: “Penso que o grupo ganha visibilidade, expandindo suas ressonâncias cognitivas, não somente na ingerência de sua formalização, dos seus encontros, daquilo que o constitui como corpo físico palpável, mas, sobretudo, no que deixa de provocação reflexiva, de conteúdo teórico, de aventura epistêmica”, finalizou.

A obra foi editada pela Editora Marca de Fantasia do professor Doutor Henrique Magalhães e pode ser encontrada para venda no site da editora, através do endereço eletrônico: www.marcadefantasia.com.br .

O visível silêncio e a política fosca

O livro “O visível silêncio e a política fosca” (Olinda: Elógica Press, 159p), de autoria da jornalista e mestranda em Sociologia pela UFPB, Viviane Marques Guedes é resultado da pesquisa monográfica em jornalismo realizada por ela no ano 2005. A pesquisadora apresenta uma discussão sobre o conteúdo opinativo da imprensa pessoense em relação ao processo eleitoral do ano de 2004 na cidade de João Pessoa.

A pesquisa busca compreender quais os modos de silenciamento presentes na palavra oficial, ou seja, nos editoriais, dos periódicos Correio da Paraíba, Jornal da Paraíba, O Norte e A União durante o período que antecedeu as eleições municipais na capital paraibana. Como suporte teórico-metodológico para as análises desenvolvidas no livro, a pesquisadora recorre às teorias da Comunicação, a exemplo dos princípios do agenda setting e da espiral do silêncio, bem como vale-se do método de análise do discurso para desenvolver a investigação dos editoriais selecionados para o estudo.

Para Viviane Marques estudar o jornalismo impresso representa uma atividade de grande importância na compreensão de como o cotidiano apresenta-se no discurso, na linguagem. “Algo que requer afinco e extrema dedicação por parte do pesquisador, pois ele deve se valer, em suas análises, não apenas do que vê, ou lê, mas do que percebe nas entrelinhas dos dizeres”, disse.

A autora é integrante, desde 2002, do Grupo de Pesquisa sobre o Cotidiano e o Jornalismo (Grupecj), coordenado pelo professor Wellington Pereira. Junto ao Grupecj, Viviane Marques já publicou, em co-autoria, os livros: Leituras do cotidiano (2002); O trabalho de Sísifo: jornalismo e vida cotidiana (2004) e Epistemologias do caderno B (2006).

GRUPECJ – Cinco anos dedicados à pesquisa em comunicação

O Grupo de Estudos sobre o Cotidiano e Jornalismo (Grupecj) surgiu no ano de 2002. Foi idealizado pelo professor doutor Wellington Pereira, que recém chegado de seu doutorado na França, sentia a necessidade de maiores discussões sobre pesquisa na área de comunicação e engajamento por parte dos professores e estudantes do curso. Reuniu um pequeno grupo de alunos e ex-alunos para estudar, pesquisar e analisar sobre todas as questões que envolvesse a comunicação social, em especial o jornalismo.

O grupo conta com a participação de alunos da graduação em jornalismo, ex-alunos, da Pós-Graduação em Sociologia e Comunicação Social (cursos da UFPB) e profissionais da imprensa paraibana.

Nestes cinco anos de existência o grupo publicou: Leituras do Cotidiano (Editora Manufatura, 2002), O Trabalho de Sísifo – jornalismo e vida cotidiana (Editora Manufatura, 2004), Epistemologia do Caderno B (Editora Manufatura, 2006) e mais agora O Príncipe Lê Jornais – cotidiano e poder nos jornalismo impresso (2008).
O Grupecj é hoje um dos grupos de estudo de maior referência no país nos estudos sobre jornalismo. Neste período o grupo já promoveu seminários e foi um dos selecionados na carteira professor de graduação do Programa Jornalismo Cultural 2007/2008 do Rumos Itaú Cultural, como o projeto Epistemologia do Caderno B.

Sobre o organizador

Wellington José de Oliveira Pereira é professor do Departamento de Comunicação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), programa de Pós-graduação em Sociologia e do programa de Pós-graduação em Comunicação Social da UFPB. É doutor em Sociologia pela Université Paris V, Sorbonne. Graduado em Jornalismo e mestre em Literatura também pela UFPB. É autor dos livros: As possibilidades do róseo (1982), O beijo da noiva mecânica: ensaio sobre mídia e cotidiano (2002), Chanel 19: histórias no feminino (2000), Diário de um Zappeur (2006), Vovó nos protege? – histórias infantis para gente grande (2006). É o organizador das coletâneas: Leituras do Cotidiano (2002), O Trabalho de Sísifo – jornalismo e vida cotidiana (2004), Epistemologia do caderno B (2006).

Serviço: Lançamento 1: O Príncipe Lê Jornais (ensaios)
Organizador: Wellington Pereira
Editora Marcas de Fantasia
Série Veredas.
100 p.
Ano: 2008
Preço: R$14,00

Lançamento 2: O visível silêncio e a política fosca
Autora: Viviane Marques Guedes
Editora Elógica Press
Ano: 2008, 159p
Onde: Casarão Philipéia – Centro Histórico
Hora: 19h30

Maiores Informações:
Wellington Pereira – 83. 9979. 0180
Email: wellingtonpereyra@hotmail.com
Viviane Marques Guedes – 83. 8832.8471
Email: vvmarques@oi.com.br

Grupo de estudos da UFPB vencedor do Prêmio Luiz Beltrão de Jornalismo


O Grupo de Pesquisa sobre o Cotidiano e o Jornalismo do curso de Comunicação Social da Universidade Federal da Paraíba (Grupecj/UFPB), coordenado pelo professor Doutor Wellington Pereira, foi o grande vencedor da categoria “grupo inovador” do Prêmio Luiz Beltrão de Ciências da Comunicação outorgado pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) a pesquisadores e instituições cientificas.

“Vencer o Prêmio Luiz Beltrão se reveste de grande importância para pesquisadores da área de comunicação em todo país. Para nós paraibanos, o significado é muito especial, pois foi em João Pessoa que Luiz Beltrão criou o primeiro Curso de Jornalismo da Paraíba”, disse o professor Wellington Pereira que criou o Grupecj a cerca de seis anos.

Está é a primeira vez que um grupo de pesquisa do nordeste recebe um prêmio de grande relevância na área cientifica da comunicação. “A alegria se completa através do grupo de pesquisadores que vêm atuando no Grupecj e demonstram talento a cada publicação: resistindo às tentativas de sucateamento da universidade pública”, acrescentou Wellington Pereira.

A entrega solene dos diplomas aos vencedores do Beltrão 2008 será realizada na noite de 4 de setembro, das 19h às 21h, na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, durante o XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, contando com o apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e do Programa Globo Universidade.

Na categoria “maturidade acadêmica”, a vencedora foi à professora Marialva Barbosa, autora do livro “História Cultural da Imprensa” e fundadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFF, vem se destacando pelo seu espírito dinâmico e realizador.

Venceram como “lideranças emergentes” as professoras Cosettte Castro (UNESP) e Ivone de Lourdes Oliveira (PUC Minas). Cosette integra o Programa de Pós-Graduação em Televisão Digital da Unesp de Bauru, consultora da Comisión Económica para América Latina (CEPAL), órgão da Unesco localizado no Chile - 2007; coordenadora da pesquisa "As Indústrias de Conteúdos na América Latina", em 11 países da região, onde analisa o desenvolvimento da mídia analógica e o crescimento da mídia digital e da convergência tecnológica nos países estudados.

Ivone é diretora da Faculdade de Comunicação e Artes da PUC-Minas, que tem ao longo dos anos contribuído para o fortalecimento do campo de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas no Brasil, tendo sido eleita, pela segunda vez consecutiva, vice-presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas (Abrapcorp).

Sobre o prêmio Luiz Beltrão

O prêmio Luiz Beltrão pretende homenagear o pioneiro da pesquisa científica em comunicação no Brasil, bem como sinalizar às novas gerações, reconhecendo a excelência do trabalhado realizado nas universidades por docentes e pesquisadores, bem por entidades que fomentam estudos ou desenvolvem projetos comunicacionais relevantes para o desenvolvimento sócio-cultural. Na categoria “instituição paradigmática”, foi vencedora a centenária Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

Os candidatos ao prêmio, em cada uma das categorias, são indicados anualmente pela comunidade acadêmica da área, cabendo a decisão final a um júri presidido pelo fundador da INTERCOM, o professor Doutor José Marques de Melo. Integram esse colegiado, composto por 20 personalidades, os antigos e o atual presidente dessa associação, bem como pelos vencedores da categoria maturidade acadêmica em anos anteriores (Moacir Pereira, Sergio Capparelli, Sergio Mattos, Muniz Sodré, Antonio Costella, Carlos Eduardo Lins da Silva, Ana Arruda Callado, Murilo César Ramos, Adísia Sá e Antonio Hohlfeldt). A coordenação geral do Prêmio Luiz Beltrão está a cargo da professora Maria Cristina Gobbi, diretora-suplente da Cátedra UNESCO/Metodista de Comunicação.

GRUPECJ – Seis anos dedicados à pesquisa em comunicação

O Grupo de Estudos sobre o Cotidiano e Jornalismo (Grupecj) surgiu no ano de 2002. Foi idealizado pelo professor doutor Wellington Pereira, que recém chegado de seu doutorado na França, sentia a necessidade de maiores discussões sobre pesquisa na área de comunicação e engajamento por parte dos professores e estudantes do curso. Reuniu um pequeno grupo de alunos e ex-alunos para estudar, pesquisar e analisar sobre todas as questões que envolvesse a comunicação social, em especial o jornalismo. O grupo conta com a participação de alunos da graduação em jornalismo, ex-alunos, da Pós-Graduação em Sociologia e Comunicação Social (cursos da UFPB) e profissionais da imprensa paraibana.

Nestes seis anos de existência o grupo publicou: Leituras do Cotidiano (Editora Manufatura, 2002), O Trabalho de Sísifo – jornalismo e vida cotidiana (Editora Manufatura, 2004), Epistemologia do Caderno B (Editora Manufatura, 2006) e mais agora O Príncipe Lê Jornais – cotidiano e poder nos jornalismo impresso (2008).

O Grupecj é hoje um dos grupos de estudo de maior referência no país nos estudos sobre jornalismo. Neste período o grupo já promoveu seminários e foi um dos selecionados na carteira professor de graduação do Programa Jornalismo Cultural 2007/2008 do Rumos Itaú Cultural, como o projeto Epistemologia do Caderno B.

Pesquisa em andamento - No início deste semestre o grupo deu início à nova pesquisa que se chamará “O corpo e a anatomia impressa” – apresentação do corpo humano nos jornais de João Pessoa (PB). O projeto tem o objetivo de estudar a apresentação dos corpos humanos no jornalismo impresso. A nova pesquisa busca referências aos leitores para que eles possam entender como o corpo humano sofre transformações estético-lingüísticas quando é utilizado para ratificar as categorias e os gêneros jornalísticos.

O estudo dos corpos nos jornais é de suma importância uma vez que trata de uma leitura interdisciplinar sobre as formas de construções das realidades linguageiras no campo da mídia. Os mais diversos estudos sobre o corpo têm demonstrado as transformações corpóreas que aponta para a investigação da sexualidade, da política, e da religiosidade. Todos esses campos apontam para os constrangimentos sofridos pelo corpo, a partir das determinações sócio-culturais de como se vestir, se alimentar, fazer sexo e vender produtos utilizando corpos. A importância do estudo enfatiza uma questão pouco discutida nos estudos do jornalismo impresso: a utilização do corpo humano como signo referencial e ilustrativo da informação jornalística. Ou seja, demonstrar qual o papel do corpo na “legitimação” das informações impressas.

Sobre o coordenador do GRUPECJ

Wellington José de Oliveira Pereira é professor do Departamento de Comunicação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), programa de Pós-graduação em Sociologia e do programa de Pós-graduação em Comunicação Social da UFPB. É doutor em Sociologia pela Université Paris V, Sorbonne. Graduado em Jornalismo e mestre em Literatura também pela UFPB. É autor dos livros: As possibilidades do róseo (1982), O beijo da noiva mecânica: ensaio sobre mídia e cotidiano (2002), Chanel 19: histórias no feminino (2000), Diário de um Zappeur (2006), Vovó nos protege? – histórias infantis para gente grande (2006). É o organizador das coletâneas: Leituras do Cotidiano (2002), O Trabalho de Sísifo – jornalismo e vida cotidiana (2004), Epistemologia do caderno B (2006) e O Príncipe Lê Jornais – cotidiano e poder nos jornalismo impresso (2008).

Maiores Informações:
Wellington Pereira – 9979.0180
Email: wellingtonpereyra@hotmail.com ou wpereira@hs24.com.br
Emails da lista de discussão do grupo: grupecj@yahoogrupos.com.br/ grupecjornalismo@yahoogrupos.com.br

Camisa do Grupecj


A camisa do Grupecj vai ser lançada dia 26/06/2007. Ao comprar a camisa, você estará ajudando a efetivar pesquisas sobre a mídia paraibana. Telefones para contato: 83. 9979.0180 (Prof. Wellignton Pereira) – 83. 8832.5856 (Viviane).

Grupo da UFPB vence programa da Fundação Itaú Cultural


O Grupo de Pesquisa sobre o Cotidiano e o Jornalismo (Grupecj) do Departamento de Comunicação da Universidade Federal da Paraíba, Campus I João Pessoa, foi um dos vencedores da Carteira professores de graduação do programa Rumos Jornalismo Cultural 2007/2008 da Fundação Itaú cultural. O professor Wellington Pereira, coordenador do Grupecj, concorreu com o trabalho Epistemologias do Caderno B.

Os professores contemplados receberão R$ 500,00 pelos direitos autorais de publicação dos trabalhos selecionados no site do Itaú Cultural. Também receberão um conjunto de 30 livros, assinaturas de revistas de cultura, além da participação de um exclusivo Fórum Virtual mensal sobre jornalismo cultural – de março a novembro de 2008, a cada mês com um convidado de renome na área – cujo conteúdo será editado e integrado a um produto com todos os trabalhos desenvolvidos pelos selecionados nas duas carteiras, mediante licenciamento de R$1.100,00, entre outros prêmios.

O Itaú Cultural encerra o processo de seleção dos trabalhos para o Rumos Jornalismo Cultural em sua edição de 2007/2008, que marca os dez anos de existência do programa e os 20 de atividade do Itaú Cultural. Entre março e agosto deste ano, recebeu 238 inscrições – contra 108 na edição anterior, em 2004. Elas partiram de 98 faculdades de 64 cidades em 25 estados. Deste total, foram selecionados 26 inscritos nas carteiras: Professor de Graduação – a partir de textos sobre o aperfeiçoamento do professor e a formação do aluno em jornalismo cultural – e Estudante de Graduação, com a realização de reportagens para a editoria de cultura em mídia impressa, web-reportagem, radiorreportagem ou videorreportagem. A seleção de ambas as carteiras se deu por comissões autônomas, formadas por especialistas na área e pelo gerente do núcleo de Diálogos, jornalista Claudiney Ferreira, representando a instituição.

Nesta edição do Rumos Jornalismo Cultural, somente Piauí e Roraima não enviaram inscrições. Dos 25 estados representados, 15 foram contemplados: Amazonas (Manaus), Bahia (Salvador), Distrito Federal (Brasília), Maranhão (São Luís), Mato Grosso (Cuiabá), Mato Grosso do Sul (Campo Grande), Minas Gerais (Belo Horizonte e Juiz de Fora), Pará (Belém), Paraíba (João Pessoa), Paraná (Curitiba), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Rio Grande do Norte (Natal), Rio Grande do Sul (Porto Alegre e Santa Maria), Santa Catarina (Florianópolis) e São Paulo (Bauru, Engenheiro Coelho e Limeira). Minas Gerais e Rio Grande do Sul empataram, com seis contemplados em cada estado. Ainda entre os mineiros saiu o maior número de professores: dos nove escolhidos, cinco são das Gerais.

Wellington Pereira - Mestre em Literatura Brasileira pela UFPB e Doutor em Sociologia pela Sorbonnne, Paris V. Atualmente, coordena o GRUPECJ - Grupo de Pesquisa sobre o Cotidiano e o Jornalismo e leciona no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPB. Autor, entre outros livros, de Crônica: arte do útil ou do fútil? - ensaio sobre a crônica no jornalismo impresso (1994), O beijo da noiva mecânica - ensaios sobre mídia e cotidiano (2002), Chanel 19: histórias no feminino (contos - 2001), Diário de uma Zappeur - TV, insônia e vida quotidiana (2006); Epistemologias do Caderno B (org.) 2006; Vovó nos protege?- histórias infantis para gente grande, 2006. A divulgação dos selecionados, os seus trabalhos e os integrantes da comissão, pode ser encontrada no site www.itaucultural.org.br/rumos2007.

Rede de Observatórios


Renoi avança e consolida experiências de observação


Um balanço das atividades da Rede Nacional de Observatórios de Imprensa (Renoi), passados quatro meses de seu lançamento; publicado originalmente no Monitor de Mídia.
A pesquisa científica em jornalismo vive um momento promissor no Brasil. Passadas quase três décadas do surgimento da Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares de Comunicação), as investigações em jornalismo evidenciaram-se como das mais produtivas no campo, o que provocou o surgimento de uma sociedade científica própria. A SBPJor (Sociedade Brasileira dos Pesquisadores em Jornalismo) é recente, ruma para quatro anos de existência, mas encarna as aspirações dos cientistas que se debruçam sobre problemas e soluções para o jornalismo nacional. Não houve uma cisão entre os dois coletivos científicos, mas complementação. Fato estratégico e raro no ambiente acadêmico.

Aliás, salvo qualquer deslize ingênuo da minha parte, vejo um espalhar desse espírito de união de forças, de aglutinação de energias. Os atores do campo da comunicação parecem ter descoberto que é melhor juntar esforços que disputar espaços exíguos. Não que a competição tenha se extinguido por aqui, mas ela não assume mais o primeiro plano. Dois eventos recentes sublinham esse espírito.

Entidades classistas como a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) ou mesmo da sociedade civil, como o FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação), antes tão ensimesmadas, passaram a se aproximar mais dos coletivos acadêmico-científicos (Intercom, SBPJor e Fórum Nacional de Professores de Jornalismo). Diversos eventos vêm sendo realizados tendo essas camadas de organização como parceiras ou mesmo co-realizadoras. Este é um movimento dos últimos cinco ou dez anos, não mais que isso. E a aproximação entre entidades corporativas, científicas e de articulação da sociedade permite uma sinergia maior entre três interfaces com o Jornalismo: a que vive o mercado de trabalho, a que estuda e pesquisa a mídia e a que consome os produtos informativos.

A melhor notícia é que todos se beneficiam com essa convergência: o jornalista, o pesquisador e o cidadão comum. A distância entre academia e mercado fica menor; diminuem também os preconceitos de lado a lado; permite-se uma maior troca de informações e experiência, o que resulta num aperfeiçoamento mais consistente das práticas jornalísticas.

Na vitrina

Um segundo caso que ilustra esse espírito de união de forças no campo do jornalismo é o surgimento de redes de pesquisa. Pelo menos duas foram lançadas oficialmente durante o 3º Encontro da SBPJor, em novembro passado em Santa Catarina. Uma de Telejornalismo e outra de Crítica de Mídia. Embora pareçam iniciativas simples e cotidianas, essas redes não são fáceis de articular. É necessário que haja um coletivo de pesquisadores comprometidos com uma produção em eixos compartilhados; é preciso afinidades teóricas e metodológicas; que haja disponibilidade, ambiente e infra-estrutura para a pesquisa científica nos diversos pontos da rede; enfim, que vigore uma confluência de condições que não só estimule a investigação, mas que possa converter seus resultados em produtos passíveis de difusão.

No caso específico da Rede Nacional de Observatórios da Imprensa (Renoi), da qual fazemos parte, pode-se dizer que ela está em franca expansão, consolidando experiências em vários pontos do Brasil e fomentando o surgimento de outras. Em quase quatro meses de existência formal, a rede conta hoje com três laboratórios ou projetos formados e consolidados, três em fase de consolidação e outros dez sendo criados.

A bem da verdade, a iniciativa surgiu há praticamente 10 anos, quando do surgimento do Observatório da Imprensa. Este primeiro media watcher nasceu no âmbito acadêmico e ainda objetivava uma maior intensidade dessas discussões na universidade. De 1996 para cá, diversas vezes, tentou-se articular uma rede nacional de observatórios, mas ela só veio a surgir oficialmente no ano passado. Com o lançamento da Renoi, pavimentou-se uma parceria com o Observatório da Imprensa, que republica em sua seção "Diretório Acadêmico" alguns dos textos produzidos pelos diversos nós dessa rede. Se, por um lado, os projetos da Renoi ganham maior visibilidade na grande vitrina do Observatório, por outro, é oferecido ao site um mosaico da produção acadêmica de crítica de mídia em diversos cantos do Brasil.

Projetos consolidados

A Renoi é composta por cerca de 40 pesquisadores de 16 instituições de ensino superior em 11 estados. Todas as regiões brasileiras são contempladas. No norte, fazem parte professores e alunos ligados à Agência Unama, da Universidade da Amazônia, com foco em pesquisas sobre Comunicação, Infância e Adolescência; no nordeste, compõem a rede pesquisadores das universidades federais de Sergipe (UFS), da Paraíba (UFB) e do Rio Grande do Norte (UFRN); na região Centro-Oeste, estão vinculados dois grupos de pesquisa da Universidade de Brasília (UnB); no sudeste, estão o Unasp, a Universidade do Sagrado Coração e a Unisanta, todos no interior de São Paulo, a Unilinhares, o Centro Universitário Fluminense, no Rio, a Universidade do Triângulo e a Faculdade Estácio de Sá, ambas em Minas Gerais. Da região Sul, estão pesquisadores da Universidade do Vale do Itajaí, de Santa Catarina, e da federal do Paraná (UFPR).

Cada um desses nós da rede representa uma vitrine da mídia local, fazendo observação sistemática dos órgãos de imprensa, exercendo a crítica aos processos e às práticas jornalísticas. Cada uma dessas iniciativas tende a produzir diagnósticos de suas realidades midiáticas, ajudando a compor um mosaico nacional.

Os projetos já formados e consolidados são o Canal da Imprensa, do Unasp, o Monitor de Mídia, da Univali, e o S.O.S. Imprensa, da UnB. Criados e em fase de consolidação de seus serviços e pesquisas, estão o Análise de Mídia, da USC, a Agência Unama, da Universidade da Amazônia, e o Mídia e Política, da UnB.

Somando ao coletivo

Em Sergipe, os professores Josenildo Luiz Guerra e Carlos Franciscato, do Laboratório de Estudos em Jornalismo, já formaram suas equipes de pesquisa e atualmente definem critérios de avaliação e detalhes da rotina do projeto. No Rio Grande do Norte, o professor Gerson Martins trabalha na formatação de uma disciplina específica de crítica de mídia e na articulação de um grupo de pesquisa que sustente um projeto de observação sistemática. Na Paraíba, o professor Wellington Pereira, do Grupo de Pesquisa sobre o Cotidiano e o Jornalismo (Grupecj), atua para a criação de um observatório de mídia junto ao Fórum Estadual dos Direitos Humanos.

Em Minas, o professor Avery Veríssimo elabora proposta de um projeto de observatório da imprensa na Faculdade Estácio de Sá. No mesmo estado, o professor Sérgio Gouvêa utiliza a disciplina "Escritório de Jornalismo IV" para atividades de crítica da mídia na Universidade do Triângulo, a Unitri. Na Unilinhares, a professora Jussara Carvalho de Oliveira já iniciou um projeto de monitoramento no curso de Jornalismo local. E em Campos do Goitacazes (RJ), o professor Gerson Dudus conclui em breve um projeto de implantação de laboratório no Centro Universidade Fluminense. Em Santos (SP), o professor Fernando de Maria articula para reservar na home page de sua instituição, a Unisanta, espaço para discussão sobre a mídia regional. Em Curitiba, a professora Kelly Prudêncio aglutina professores de Jornalismo e Publicidade para a criação de um Núcleo de Estudos em Ética na Comunicação, observando prioritariamente as intervenções de lado a lado (jornalismo e publicidade) nas linguagens, oferecendo disciplinas optativas e buscando maior adesão de alunos para o núcleo.

O que se observa, já com tão pouco tempo de funcionamento da Renoi, é que há experiências iniciadas a partir do trabalho de grupos de pesquisa, como é o caso do Monitor de Mídia, do S.O.S. Imprensa e do Mídia e Política, vinculado ao Núcleo de Estudos em Mídia e Política. Essa característica reforça a atuação dos grupos e dá maior visibilidade aos seus projetos na medida em que oferece uma interface menos concentrada no meio acadêmico, um site na internet. Alguns dos novos focos da Renoi tendem a seguir esse percurso, mas isso se dá quase sempre de acordo com o perfil de seus articuladores locais. A Renoi não determina como devem surgir os nós da rede, apenas orienta em que circunstâncias eles podem se viabilizar e se somar ao coletivo.

Solo fértil

Existem projetos ligados a disciplinas e, que portanto, têm uma vinculação maior com o ensino de Jornalismo. Alguns observatórios devem surgir como resultados da sala de aula, do trabalho entre alunos e professores, como se coroassem uma boa trajetória. Essas experiências tendem a estabelecer um fluxo de informação que retroalimenta as aulas, tornando mais rico o processo de ensino-aprendizagem. Está por trás disso a idéia de que elementos de crítica de mídia podem ajudar a constituir uma ementa de disciplina. O professor Victor Gentilli, da UFES, conduziu uma experiência similar no ano passado, e outros pesquisadores devem fazer o mesmo em 2006. A criação de um observatório de mídia na universidade a partir de disciplinas regulares ou optativas parece ser uma saída menos dificultosa que por meio de um grupo de pesquisa. Isso porque o grupo, atendendo a critérios burocráticos e regulatórios, precisa estar consolidado e em pleno funcionamento para suportar uma rotina de observação sistemática. Na sala de aula, o compromisso institucional é mais caracterizado e o envolvimento de professores e alunos é praticamente imediato.

Há ainda experiências que se estendem para os caminhos da extensão universitária. O exemplo mais nítido é o S.O.S. Imprensa, que funciona como uma ouvidoria para erros da mídia. Com um site e um telefone do tipo 0800, o projeto oferece orientações ao cidadão comum sobre abusos dos meios de comunicação. Recentemente, o projeto da UnB iniciou a produção e veiculação de um programa de televisão na TV Comunitária do Distrito Federal. A cada 15 dias, o programa de meia hora é exibido, e lá são discutidos temas como invasão da privacidade e responsabilidade social da mídia. Em Santa Catarina, também recentemente, o Monitor de Mídia lançou um programa de TV no sistema a cabo. Trata-se de Monitor na Mídia, que vai ao ar semanalmente pela TV Univali, o canal universitário em Itajaí (SC).

Esses apontamentos em torno do trabalho da Renoi mais nos servem como um balancete dos muitos esforços que estão sendo desenvolvidos pelos pesquisadores participantes. Em outras latitudes e sob novos escopos, a pesquisa em jornalismo vai aprofundando suas raízes no solo fértil da ciência. Parte de um processo histórico, esse desenvolvimento tem condições de oferecer à categoria profissional e ao público em geral respostas a dilemas que angustiam a todos que produzem e consomem informação. É necessário radicalizar esse interesse e esse empenho.

Celacom 2007

O professor Wellington Pereira participou do Celacom 2007- Encontro das Escolas Latino-Americanas de Comunicação, de 7 a 9 de maio, na cidade de Pelotas(RS). Na ocasião, o professor Wellington Pereira proferiu, no dia 7, palestra sobre a escrita jornalística e suas relações com os gêneros jornalísticos.

O povo não acredita na Imprensa

Periodicamente a imprensa publica elogios de si mesma, que expressariam o alto índice de confiabilidade que ela teria, em comparação com o desprestígio de políticos, de governos, de partidos. Pesquisas totalmente inócuas indicariam que os leitores estariam muito satisfeitos com o que lêem nesses jornais. Mas tudo depende da forma de fazer a pergunta, de a quem ela é dirigida e de como é interpretada.

Consultado, várias dezenas de vezes pelas pesquisas eleitorais, neste ano, o povo está opinando de forma totalmente contraditória com o que a imprensa disse e segue reiterando diariamente. Ninguém têm dúvidas de que jornais como a Folha de São Paulo, o Estado de São Paulo, o Globo, entre outros, assim como uma revista como a Veja e uma rede televisão como a Globo, apóiam claramente a Alckmin. Se não conseguem encontrar excelências no seu candidato – por maior capacidade de mistificação que tenham, não conseguem tirar água de pedra -, se concentram em atacar diariamente a Lula, a seu governo, ao PT e à esquerda. Mas não encontram eco algum no povo.

Não fosse assim, os artigos de alguém como Clóvis Rossi, que expressam o ceticismo/cinismo típico da FSP, atacando a Lula todo o tempo, com um ar de desencanto de quem nunca esteve deste lado, teriam ampla repercussão. Mas nem a classe média paulista deixa de votar majoritariamente em Lula.

Não fosse assim, as diatribes raivosas de Miriam Leitão, de Dora Kramer, de Merval Pereira, de Eliane Catanhede, de Arnaldo Jabor, entre outros, teriam eco imediato, senão no povo, que não lê esses jornais, pelo menos entre a classe média brasileira, que insiste em votar majoritariamente em Lula.

As pesquisas eleitorais, caso se confirmem na eleição presidencial do dia primeiro de outubro, são a melhor pesquisa sobre o que pensa o povo brasileiro da imprensa: não acredita nela, não lhe tem confiança, não aceita seus argumentos, sua informação editorializada, suas manchetes sensacionalistas, seus colunistas identificados com a direção – reduzida a 6 famílias – dos órgãos da grande mídia monopolista privada. O povo pensa uma coisa do governo Lula, a grande mídia pensa outra.

Se acreditasse no que a imprensa diz, se tivesse confiança nela, seria Alckmin quem estaria por triunfar no primeiro turno e não Lula. Mas o povo acredita em Lula e não nesses colunistas, nos editorais desses jornais, na cobertura da Rede Globo e sim no PT e no governo.
Essas vozes perdedoras estão desconcertadas, vivem uma das piores crises de identidade de sua história. É certo que todos esses órgãos da imprensa propagaram o golpe militar antes de 1964, depois apoiaram a ditadura militar, reproduzindo seus comunicados falsos que acobertavam as prisões ilegais, os seqüestros, as torturas, os fuzilamentos, os “desaparecimentos” – de que o filme Zuzu Angel recorda, em parte. Mas tentaram se reciclar sem qualquer tipo de autocrítica, de arrependimento ou de justificativa que buscasse distanciá-los do pior momento vivido pela história brasileira desde o fim da escravidão. Nada isso levou-os à crise de identidade atual, em que se sentem impotentes – ao contrário do que acreditavam ser.

Não vão aprender, colocaram culpa no povo, com a esperança – como disse Lula – de dissolver o povo, de substituir o povo por outro, dos seus sonhos. Quem é essa imprensa, para se reivindicar a missão de fiscalizar os governos? Que moral tem para isso? Quem lhes entregou esse mandato? Pelo voto popular, ninguém. Eles se reivindicam a si mesmos.

Com que direito se reivindicam o direito de organizar debates públicos, com as pessoas que lhes interessam, no cenário que preferem, com as perguntam que privilegiam? Como pode a TV Globo, depois daquele debate final Lula/Collor de 1989, ter moral para organizar um debate poucos momentos antes do final da campanha publica – de forma similar ao que fizeram em 1989 – querer ter o direito de impor um debate aos candidatos? Existirá algo similar, com tentativas de criminalização do ausente, em estados onde seus candidatos são favoritos e não aparecerão nos debates?

Tentam utilizar desesperadamente uma representação que ninguém lhes atribuiu, para buscar encontrar um espaço de influencia sobre o eleitorado, que se dão conta que perderam, diante das políticas sociais e o instinto social consolidado no voto do povo – em que mais de 80% dos que escolheram Lula afirmam que não mudarão sua opção.

O povo não acredita na imprensa. (As exceções são conhecidas: Carta Capital, Carta Maior, Caros Amigos, Brasil de Fato e várias outras vozes dissonantes, alternativas, embora minoritárias em termos de circulação e de leitores.). Vota contra os que tentam inculcar diariamente na sua cabeça idéias alheias a seus interesses e valores. Se não se pode dissolver o povo, que tal democratizar a imprensa? Assim o povo teria a imprensa que merece, com os valores pelos quais vota, que pode representá-lo e em que poderá vir a confiar.

Postado por Emir Sader